Desde o fim do calendário acadêmico de 2011, até o inicio do novo calendário acadêmico de 2012, parafraseando Shakespeare, muitos fatos aconteceram na UEG que nossa vã filosofia pode imaginar. A renúncia do Professor Luiz Arantes, reitor eleito no ano de 2008 com mais de 60% dos votos da academia, é o desfecho de mais um ato de interferência política do Governo na Universidade. Em que pese às decisões políticas e ideológicas que todos temos, e o DCE também tem a sua, a UEG está sob a intervenção do governo, desde as Pró Reitorias, passando pela a Vice Reitoria, até chegar ao próprio Reitor, nenhum deles contou com o sufrágio da Comunidade Acadêmica Uegeana. Lembrando que pelo estatuto da Universidade, tanto o Reitor como o Vice Reitor, devem ser eleitos, e os mesmos indicam os Pró Reitores, cabendo ao Governador apenas nomea-los.
Autonomia Universitária garantida pelo artigo 207 da nossa Carta Magna vem sendo sistematicamente sacrificada em detrimento de um despotismo provinciano que remete aos tempos do coronelismo patriarcal que marcou a história do Estado de Goiás no Século XX.
De fato inicia-se um novo ciclo não só na Academia, mas também nos movimentos sociais que contribuíram, contribuem e contribuírão para o desenvolvimento da UEG. Por uma Universidade Popular, com a capacidade de produzir conhecimento e, sobretudo, a capacidade de convertê-lo em tecnologia e desenvolvimento social.
Sem autonomia universitária; gestão democrática; CsU orgânico e representativo da diversidade da academia; assistência estudantil; docentes e servidores técnicos concursados e bem remunerados; infra-estrutura de qualidade. Enfim, sem esses suportes que caracterizam o ensino superior, a UEG, ao invés de espaço de formação de cidadãos críticos e participativos, ao invés de centro democratizador do acesso ao conhecimento e a produção de pesquisa, passa a lócus irradiador da “fordização” de conteúdos, a campo precário de treinamento de técnicos incapazes de se sustentar e de contribuir com o desenvolvimento sócio econômico e cultural do Estado de Goiás e do Brasil.
Conquanto acreditamos na competência acadêmica do Professor Doutor Haroldo Reimer, a autonomia universitária, pressuposto constitucional e básico para a consubstanciação de uma Universidade eminentemente acadêmica é para o DCE questão inegociável, sendo assim, dizemos “NÃO A INTERVENÇÃO DO GOVERNO DO PSDB NA UEG E A CONVOCAÇÃO IMEDIATA DO CONSELHO SUPERIOR UNIVERSITÁRIO, E QUE O MESMO CONVOQUE IMEDIATAMENTE AS ELEIÇÕES PARA A COMPOSIÇÃO DE UM REITORADO AUTONOMO E LEGITIMO”.
“SE O PRESENTE É DE LUTA, O FUTURO NÓS PERTENCE”
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
ANÁPOLIS, 22 DE FEVEREIRO DE 2012