Era 1968, o ano que ficou conhecido como
o mais louco e enigmático do século XX. Naquele ano, segundo o que a história
relata, deu-se uma espécie de furação humano, uma generalizada e estridente insatisfação
da juventude que tomou conta do mundo, levando ares de revolta a todas as
partes do planeta. Precedentes históricos, apenas haviam acontecidos em 1848,
quando outra maré revolucionaria, conhecida por “Primavera dos Povos”, gestada
em Paris no mês de fevereiro, espalhou-se por quase todas as capitais e grandes
cidades da Europa, chegando até o Recife, no Brasil.
Em 1968, em terras tupiniquins, o povo brasileiro, vivenciava os primeiros anos do golpe militar de 64, antes do fatídico março de 68, 4 atos institucionais foram decretados pelos militares. Contudo, o mais cruel dos Atos, o de número 5, o famigerado AI 5, que em Goiás cassou os mandatos do então jovem Prefeito Iris Rezende e do vice presidente do Senado Federal na época o ex-governador Pedro Ludovico Teixeira, dentre outros. O AI 5 que ficou conhecido como o golpe dentro do golpe, pois a linha dura da ditadura com o perdão do trocadilho prevaleceu, foi fruto dentre outros fatores dos fatos narrados a seguir:
Em 1968, em terras tupiniquins, o povo brasileiro, vivenciava os primeiros anos do golpe militar de 64, antes do fatídico março de 68, 4 atos institucionais foram decretados pelos militares. Contudo, o mais cruel dos Atos, o de número 5, o famigerado AI 5, que em Goiás cassou os mandatos do então jovem Prefeito Iris Rezende e do vice presidente do Senado Federal na época o ex-governador Pedro Ludovico Teixeira, dentre outros. O AI 5 que ficou conhecido como o golpe dentro do golpe, pois a linha dura da ditadura com o perdão do trocadilho prevaleceu, foi fruto dentre outros fatores dos fatos narrados a seguir:
Em 28 de março de 1968, os estudantes do Rio de
Janeiro estavam organizando uma passeata relâmpago para protestar contra a alta
do preço da comida no restaurante Calabouço, que deveria acontecer no final da
tarde do mesmo dia.
Por volta das 18 horas, a Polícia
militar chegou ao local e dispersou os estudantes que estavam na frente do
complexo. Os estudantes se abrigaram dentro do restaurante e responderam à
violência policial utilizando paus e pedras. Isso fez com que os policiais
recuassem e a rua ficasse deserta. Quando os policiais voltaram, tiros
começaram a ser disparados do edifício da Legião Brasileira de
Assistência,
o que provocou pânico entre os estudantes, que
fugiram.
Os policiais acreditavam que os
estudantes iriam atacar a Embaixada dos Estados Unidos e acabaram por invadir o restaurante. Durante a invasão, o comandante da tropa da PM, aspirante
Aloísio Raposo, atirou e matou o secundarista Edson Luís com um tiro a queima
roupa no peito. Outro estudante, Benedito Frazão Dutra, chegou a ser levado ao
hospital, mas também morreu. Edson Luís, não era líder estudantil, nem filiado
a algum partido político, Edson era um estudante comum, filho de retirantes
nordestinos que foram para o sudeste em busca de uma vida melhor.
Edson morreu pelas mãos da ditadura
militar e virou mártir da luta pelos direitos dos estudantes, mas poderia ter
morrido pelas mãos do tráfico, do álcool, das drogas... Males que mataram, mata
e matarão a juventude brasileira. O dia em que morreu Edson é lembrando como o
Dia Nacional de Lutas dos Estudantes.
O estudante morreu em 1968, o ano que
não acabou. “68” foi uma reação extremada da juventude, as pressões advindas de
mais de 20 anos de guerra fria, uma rejeição aos processos de manipulação da
opinião pública, por meio dos mass-midia, que incutiam valores do capitalismo,
como acontece nos dias de hoje.
Neste dia 28 de março, não devemos
lembrar apenas de Edson Luis, ou que é a data em que os estudantes de todo o
país vão as ruas protestar por uma educação pública, gratuita, laica,
democrática e, sobretudo de altíssima qualidade. Devemos denunciar o extermínio
da juventude, especialmente o da juventude negra; buscar a democratização dos
meios de comunicação; mais e melhores espaços de lazer; políticas públicas
contra o crack e outras drogas que estão vitimando a nossa juventude, por que “Eu
não sou as coisas e me revolto... Carlos Drummond de Andrade”
Edergênio Vieira é presidente do DCE/UEG