“Quem
não se movimenta não sente as correntes que o prendem” Rosa Luxemburgo
O dia 08 de março representa um marco na luta pela emancipação das mulheres
no mundo. Apesar de ser lembrado a partir dos primeiros anos do século XX, foi
no ano de 1917, na Rússia czarista, durante a primeira guerra mundial que o dia
internacional das mulheres se afirmou. O ato simbólico de distribuir rosas
vermelhas as operárias, por parte dos empregadores evidência que desde os primórdios
do século passado o capitalismo tentar se apropriar da data, como faz com outras
datas significativas da sociedade.
Lembrar do dia 08 de março é reconhecer o genocídio praticado contras as
mulheres do mundo todo, seja pela violência masculina que se perpetua até os
dias de hoje ou pela ausência de políticas públicas por parte do Estado que
assegurem direitos básicos das mulheres em especial serem tratadas com isonomia
perante aos homens.
Lembrar do dia 08 de março é reconhecer que ainda persiste uma visão eurocêntrica
da mulher, definindo comportamentos, padrões de beleza e estética. Precisamos
reconhecer que muito antes das feministas na Europa... Queimarem sutiãs... E reivindicarem
posto no mercado de trabalho, as mulheres africanas já ocupavam funções que
eram tidas como masculinas recebendo menos da metade dos que os homens, isto
quando recebiam.
No Brasil precisamos reconhecer o estupro
de milhares de mulheres durante o período colonial, verdadeiras escravas
sexuais persistindo até os dias de hoje e produzindo o quê comumente chamamos
de miscigenação. Que ao contrário do que
afirmam alguns historiadores, não se deu de maneira passiva, mas sim forçada
com muita dor, suor, sangue e lágrimas.
No Brasil do século 21 é preciso lembrar-se da mulher nordestina que
ainda, sofre com a violência do companheiro que apoiado numa claudicante
tradição cultural, pensa que a mulher é sua propriedade, dando-o direito de maltratá-la
e matá-la ao seu bel prazer.
Nesse dia 08 de março lembramos que
tudo que é tido como natural e inevitável é na verdade moralmente regulado e historicamente
produzindo. Refutamos os rótulos produzimos pelo sistema capitalista e pela
grande mídia de mulheres melâncias, pêras, mulatas globelezas e popuzudas que
são usadas para vender desde cerveja a motor de avião.
Reconhecemos a marcha das vadias
como um movimento de luta das mulheres pela
igualdade de gênero. Ser chamada de vadia é uma condição machista. Os homens dizem que a mulher é vadia
quando elas dizem sim para
eles e também quando dizem não.
As
mulheres são vadias porque elas são livres para decidirem o que querem ser. Devemos
lembrar que lugar de mulher é onde ela quiser estar e que em briga de marido e mulher devemos chamar a polícia. Viva Rosa Luxemburgo, Viva
Simone de Beauvoir, Viva Virginia Wolf, Viva Luiza Mahin, Viva Maria da Penha,
Viva a todas as mulheres do Brasil e do Mundo e em especial as mulheres
estudantes da Universidade Estadual de Goiás. Viva.
DIRETÓRIO CENTRAL D@S ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
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