BENVINDOS SAUDAÇÕES AO QUE TEM CORRAGEM!!!


Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis

quarta-feira, 27 de março de 2013

DIA NACIONAL DE LUTAS DOS ESTUDANTES



     Era 1968, o ano que ficou conhecido como o mais louco e enigmático do século XX. Naquele ano, segundo o que a história relata, deu-se uma espécie de furação humano, uma generalizada e estridente insatisfação da juventude que tomou conta do mundo, levando ares de revolta a todas as partes do planeta. Precedentes históricos, apenas haviam acontecidos em 1848, quando outra maré revolucionaria, conhecida por “Primavera dos Povos”, gestada em Paris no mês de fevereiro, espalhou-se por quase todas as capitais e grandes cidades da Europa, chegando até o Recife, no Brasil.
Em 1968, em terras tupiniquins, o povo brasileiro, vivenciava os primeiros anos do golpe militar de 64, antes do fatídico março de 68, 4 atos institucionais foram decretados pelos militares. Contudo, o mais cruel dos Atos, o de número 5, o famigerado AI 5, que em Goiás cassou os mandatos do então jovem Prefeito Iris Rezende e do vice presidente do Senado Federal na época o ex-governador Pedro Ludovico Teixeira, dentre outros. O AI 5 que ficou conhecido como o golpe dentro do golpe, pois a linha dura da ditadura com o perdão do trocadilho prevaleceu, foi fruto dentre outros fatores dos fatos narrados a seguir:
Em  28 de março de 1968, os estudantes do Rio de Janeiro estavam organizando uma passeata relâmpago para protestar contra a alta do preço da comida no restaurante Calabouço, que deveria acontecer no final da tarde do mesmo dia.
 Por volta das 18 horas, a Polícia militar chegou ao local e dispersou os estudantes que estavam na frente do complexo. Os estudantes se abrigaram dentro do restaurante e responderam à violência policial utilizando paus e pedras. Isso fez com que os policiais recuassem e a rua ficasse deserta. Quando os policiais voltaram, tiros começaram a ser disparados do edifício da  Legião Brasileira de Assistência, o que provocou pânico entre os estudantes, que fugiram.
Os policiais acreditavam que os estudantes iriam atacar a Embaixada dos Estados Unidos e acabaram por invadir o restaurante. Durante a invasão, o comandante da tropa da PM, aspirante Aloísio Raposo, atirou e matou o secundarista Edson Luís com um tiro a queima roupa no peito. Outro estudante, Benedito Frazão Dutra, chegou a ser levado ao hospital, mas também morreu. Edson Luís, não era líder estudantil, nem filiado a algum partido político, Edson era um estudante comum, filho de retirantes nordestinos que foram para o sudeste em busca de uma vida melhor.
Edson morreu pelas mãos da ditadura militar e virou mártir da luta pelos direitos dos estudantes, mas poderia ter morrido pelas mãos do tráfico, do álcool, das drogas... Males que mataram, mata e matarão a juventude brasileira. O dia em que morreu Edson é lembrando como o Dia Nacional de Lutas dos Estudantes.
O estudante morreu em 1968, o ano que não acabou. “68” foi uma reação extremada da juventude, as pressões advindas de mais de 20 anos de guerra fria, uma rejeição aos processos de manipulação da opinião pública, por meio dos mass-midia, que incutiam valores do capitalismo, como acontece nos dias de hoje.
Neste dia 28 de março, não devemos lembrar apenas de Edson Luis, ou que é a data em que os estudantes de todo o país vão as ruas protestar por uma educação pública, gratuita, laica, democrática e, sobretudo de altíssima qualidade. Devemos denunciar o extermínio da juventude, especialmente o da juventude negra; buscar a democratização dos meios de comunicação; mais e melhores espaços de lazer; políticas públicas contra o crack e outras drogas que estão vitimando a nossa juventude, por que “Eu não sou as coisas e me revolto... Carlos Drummond de Andrade”

Edergênio Vieira é presidente do DCE/UEG

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